Biografia Hellen Keller

Nascida no Alabamhelen_kellera, até aos dezenove meses foi uma criança normal. Logo após contraiu umas febres que lhe afetaram o cérebro e o estômago. Foi diagnosticada como um caso perdido, mas a febre por um milagre, acabou. Depois disto a mãe de Helen começou a notar que a sua filha não fechava os olhos quando tomava banho. Consultado um oftalmologista, descobriu-se que Helen era cega. Em seguida a sua mãe reparou que Helen não reagia às badaladas mais violentas de um sino: era também surda. Naturalmente, ao fazer três anos, constataram que Helen era muda, tendo mesmo esquecido as poucas palavras que balbuciava aos dezoito meses.

Helen cresceu regularmente, tornando-se uma criança forte e bem constituída; porém o seu caráter, meigo e calmo, dissolvia-se em terríveis ataques de coléra. Sempre que não conseguia fazer-se entender, era acometida por frenéticas crises de raiva: atirava-se ao chão e rompia em choros. Era muito rebelde e explodia com tudo que não lhe agradasse. Helen tinha uma enorme força interior, em vez da apatia que caracteriza as crianças triplamente deficientes. Quando a mãe de Helen se encontrava à beira do desespero, leu, por acaso, no livro American Notes, de Charles Dickens, a história de Laura Brigdman, uma menina da Inglaterra também, cega, surda e muda, em cuja mente. Samuel Gridley Howe, diretor da Instituição Perkins, tinha conseguido penetrar.

Helen foi levada  a Michael Anagnos, sucessor do Dr. Howe. Anagnos recomendou para preceptora, uma jovem irlandesa recém-formada. Chamava-se Anne Sullivan e foi ela a inseparável companheira de Helen Keller durante meio século.

Aos dez anos, Helen lia com avidez pelo método Braille e conseguia comunicar com os semelhantes através do alfabeto dos mudos. Durante a primavera desse ano de 1890, ouviu falar de uma jovem norueguesa, cega, surda e muda que aprendera a falar. Imediatamente soletrou nas mãos de Anne Sullivan, sua preceptora: “Tenho de falar.”

Anne levou Helen à Escola de Surdos Horace Mann, em Boston. Sem perda de tempo, a diretora, Sarah Fuller, começou a trabalhar com a sua nova aluna. Primeiro, passou a mão de Helen pela parte inferior do seu rosto, colocando-lhe os dedos dentro da boca, para que ela sentisse a posição da sua língua, dos seus dentes e os movimentos do maxilar inferior e da tranqueia. Que método extraordinário usado por alguém!

Depois, Sarah Fuller colocou a língua de forma a emitir o som “i” e apoiou um dedo de Helen contra os seus dentes e outro sobre a sua garganta; repetiu esse som várias vezes. Assim que terminou esta experiência, “os dedos de Helen”, no dizer da professora, “voaram para a sua própria boca e, depois de colocar devidamente a língua e os dentes, ela emitiu um som tão semelhante ao meu que quase parecia um eco”.

Um dia, quando se dirigia para casa, após a sétima lição, Helen voltou-se para Anne Sullivan e disse-lhe: “Já não sou muda”. Ainda não tivera um mês de aulas e já era capaz de utilizar as palavras para exprimir o pensamento.

Anne Sullivan foi sua professora, companheira e protetora. A história do encontro entre as duas é contada na peça The Miracle Worker, de William Gibson, que virou o filme O Milagre de Anne Sullivan, em 1962, dirigido por Arthur Penn (em Portugal, O Milagre de Helen Keller).

A história de vida de Helen refere-se como um dos maiores exemplos de que as deficiências sensoriais não são obstáculos para se obter sucesso. Helen Keller foi uma extraordinária mulher, triplamente deficiente, que ficou cega,  surda e muda, desde tenra idade, devido a uma doença diagnosticada na época como febre cerebral (hoje acredita-se que tenha sido escarlatina). Superou todos os obstáculos, tornando-se uma das mais notáveis personalidades do nosso século.

Tornou-se uma célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiência.

Em 1904 graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College, instituição que a agraciou com o prêmio Destaque a Aluno, no aniversário de cinquenta anos de sua formatura. Falava os idiomas francês, latim e alemão. Ao longo da vida foi agraciada com títulos e diplomas honorários de diversas instituições, como a universidade de Harvard e universidades da Escócia, Alemanha, Índia e África do Sul. Em 1952 foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra da França. Foi condecorada com a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil com a do Tesouro Sagrado, no Japão, dentre outras. Foi membro honorário de várias sociedades científicas e organizações filantrópicas nos cinco continentes.

Em 1902 estreou na literatura publicando sua autobiografia A História da Minha Vida. Depois iniciou a carreira no jornalismo, escrevendo artigos no Ladies Home Journal. A partir de então não parou de escrever. Deixando para a humanidade várias obras que edificam vidas.

Helen Keller foi, até  à sua morte em 1968, uma mulher profundamente espiritual. era a sua fé que a acompanhava durante as horas de repouso, quando terminadas as suas ocupações di[arias, voltava ao profundo silêncio que só os cegos-surdos-mudos conhecem.

“Espero, feliz, a chegada do outro mundo, onde todas as minhas limitações cairão como grilhetas; aí encontrarei a minha querida professora e me dedicarei, alegremente, a um trabalho muito maior do que aquele que até agora conheci.”

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